sexta-feira, outubro 21, 2016

Parcerias e brigada do croquete



Queridas marcas e promotores que andam a oferecer croquetes aos bloggers,

Parto-me a rir convosco e não, no meu blogue não entra publicidade. Estou a lixar-me para a brigada do croquete. Não quero borlas. Não me vendo por margarinas.

Já agora, pelo menos informem-se quando abordarem-me. 

Isto que se segue é um "FAIL" tremendo.

Até que começou bem. Ora vejam:

"Olá Alexandra!

Antes de mais quero dar-lhe os parabéns pelo sucesso do Leite Condensado às Colheradas a pelos seus posts, a título pessoal confesso que sou fã.

De seguida gostaria de lhe fazer uma proposta em nome da "Marca XPTO" para uma parceria entre a marca e o seu blog..."

Ao que respondi educadamente:

"Olá Maria,

Peço desculpa mas este post foi parar à caixa de Spam e apenas o descobri agora.

Muito obrigada pelas suas palavras tão simpáticas!

Também agradeço a sua proposta, No entanto, tenho por política não fazer publicidade no blogue..."


Depois, não contente com a minha nega em fazer publicidade em troco de croquetes, a tipa espetou-se à grande:

"Boa tarde Alexandra,

O que tem um blog de culinária a ver com a "Marca XPTO", não é verdade? :)

De facto, entrei em contacto consigo pela temática do blog e por termos lançado recentemente alguns brinquedos de culinária:"

Uooooooow... Aguenta lá os cavalos!

Não amiga! Não é um blogue de culinária

Se és fã mas não tiveste tempo de ler um único post, pelo menos, lê a descrição.

Assim que me recorde, na cozinha, só relatei episódios com cebolas (odeio) ou quando deixei queimar o jantar.

Ah, uma vez também entrou uma osga pela janela da cozinha. Isso conta?

Juro que não é a primeira vez que isto acontece. Não se dão ao trabalho de ler uma linha. Estes "PR's" dão me cabo do sério.

domingo, outubro 09, 2016

Sal

O que acontece quando descobres que as tuas lágrimas já não são salgadas?

quinta-feira, setembro 29, 2016

As pessoas preferem ser mornas, inertes

Saudades das acções desmedidas, apaixonadas, impulsivas, das dissertações eloquentes sobre qualquer coisa, mesmo que seja a chuva ou se o preço dos figos deveria ser tabelado.

Saudades daqueles que te agarram no pulso e levam a correr rua fora só porque apetece fazê-lo no meio de gargalhadas.

Saudades dos que bebem e confessam que gostam de ti e só não te beijam porque jantaram iscas de cebolada.

Saudades dos que fazem serenatas à janela.

Saudades dos que te acompanham nos mergulhos no mar à luz da lua.

Saudades das fogueiras na praia e dos rostos alaranjados pelo fogo.

Saudades dos que percorriam a marina de patins contigo a grandes velocidades e abalroavam turistas para não cairmos pelas rochas.

Saudades de saltar pela janela para ir sair.

Saudades dos loucos. Desses saudáveis loucos que não vivem a vida em banho maria, em fogo lento, ameno, inexistente, adormecido.

Já não se fazem loucos desses e esses, muitos deles, perderam essa loucura.

Saudades de ti. Hoje é mais um aniversário em que não estás. Saudades de tantas coisas. Tantas.

quarta-feira, setembro 21, 2016

Quando a beleza vai pelo cano abaixo


À noite, quando a vossa pele vira-se para vocês e grita:

- Tira-me esta maquilhagem de cima! Olha lá, já não aguento mais! Cheeeega!

E vocês, meio tristes, respondem:

- Mas... Mas... Estás tão bonita! Já reparaste? Vê bem!

Fitam o espelho uma e outra vez mais 

- Não! Estás tão bonita!

E lá vai uma mistura creme pela água abaixo. O ar saudável, bronzeado, com boas cores nas faces. As olheiras inexistentes, que realçavam o vosso olhar brilhante. A pele suave como a pele de um pêssego. Os anos a menos. Os lábios rúbeos e viçosos. Praticamente a vossa beleza, que tanto trabalho deu de manhã.

Que se lixe. A almofada é cega, à noite todos os gatos são pardos e amanhã há mais!



quinta-feira, agosto 18, 2016

Cardápios





Aquele amigo que publica uma foto de sushi e coloca a hashtag #dietamediterrânica.

terça-feira, agosto 16, 2016

Aviso à navegação, que é como quem diz, isto vai-se aprendendo, caros leitores, e serei para sempre teimosa e corajosa

Este blogue nunca teve a intenção de ser um diário. Tinha a intenção de ser um rol de disparates ou, quanto muito, episódios e reflexões meus, vistos com uma lupa a puxar para a parvoíce.

Dava-me um gozo fenomenal. Tinha ataques de riso quando escrevia e mais feliz ficava por saber que punha os leitores no mesmo estado.

Os anos passaram (10!), apareceu o Facebook para destabilizar o Blogger, apareceram os "outefites" e as pessoas já não estão para ler textos "grandes". É a década das imagens, não das palavras. Em todo o caso, também a "linha editorial" mudou, por diversas vezes.

Nunca gostei de partilhar mais do que o que controlava. Ou seja, na verdade, poderia parecer muito mas pouco ou nada do meu dia-a-dia ou de quem sou sabiam.

Todavia, os blogues são realmente muito mais úteis quando partilhamos mais do que isso.

Sempre me disseram para não partilhar certos aspectos, como os meus terríveis últimos anos, a doença, etc, por ainda existirem muitos estigmas em relação a esses e outros assuntos. E concedi. Concedi, concedi até ao ponto que senti que necessitava de falar do assunto para eu própria perder o estigma.

A verdade é esta. Dou um pouco de mim, sem dúvida. Exponho-me mais. Corro riscos, a nível pessoal e profissional, que estamos no Portugalito e estas coisas nunca se sabem no que podem dar.  Mas também percebo que muitos desse lado sentem-se confortados, por saberem que afinal não estão sozinhos, não são aves raras nem são menos dignos pelo que passam. Pelos vários comentários que tenho recebido, vejo também que necessitam desse desabafo. Desse grito do Ipiranga, A questão é simples, embora a maioria da população caia na ignorância. Poderia ser uma amigdalite, é uma depressão. Poderia ser uma gripe, é ansiedade e por aí fora. O cérebro adoece como os outros órgãos e a culpa não é nossa. Adoece mesmo e não pensem que a coisa vai lá só com conversa de "Eu sou forte, isto passa.".

Facto: Esmagadora maioria da população está doente, com estas e outras doenças do foro psicológico, mas não procura ajuda para se curar, simplesmente porque desconhecem ou temem enfrentar o estigma. A depressão e a ansiedade são as grandes epidemias do Séc. XXI (Palavras da minha médica.).

Só o facto de saber que alguém se sente melhor, mais acompanhado ou que afinal deve pedir ajuda, já mereceu a pena a minha exposição. Até porque, grão a grão vão-se terminando os tabus e os estigmas.

Os blogues têm destas coisas. Espero que se sintam acompanhados, tal como me sinto acompanhada e acarinhada por muitos de vós.
Bem haja. 

PS - Para quem ainda não percebeu e só segue o Blogger, O Leite Condensado tem muito mais vida no Facebook. Nem qeu seja para vos desejar os bons dias e as boas noites.

quinta-feira, julho 21, 2016

Já que todos andam à caça, também ando eu

Ando à caça.

Não é aos Pokemons. É à pochette.

Sábado, tenho um casamento de família e precisava assim de uma que desse com um vestido de renda cor-de-rosa vivo, que comprei na ASOS. As sandálias são bem altas, de camurça bege, com uma tirinha à frente e outra a abraçar o tornozelo. Têm o calcanhar bordado a lantejoulas prateadas fosco.

Por acaso, até não me faltam carteiras mas nenhuma que diga "É isto mesmo."

Tenho corrido tudo, centros comerciais, etc mas só encontro mais do mesmo.

Hoje, lembro-me de passar no centro das Amoreiras, antes de ir para a dança, que fica ali ao pé.

Apanho o autocarro no Marquês e, quando vou a sair, um simpático senhor, na sua pressa idiota, pisa-me a parte de trás da alpercata, que, imediatamente, se descose toda, ficando com o tecido solto de toda a parte do calcanhar da sola.

Nem os chinelos tinha na mochila, apenas as sapatilhas de Ballet. 
Resultado: Fui a arrastar os pés até ao centro comercial, como uma maluquinha. Para disfarçar, agarrei no telemóvel e fingi estar distraída e por isso, arrastar-me muito devagar. Devagar é eufemismo. Tive de esperar por todos os sinais das passadeiras e, na última, fingi-me de coxa para não receber buzinadelas.

Poderia ter acontecido no Colombo. Na Baixa. Em qualquer sítio em que o pessoal andasse roto mas não. Foi logo nas Amoreiras, onde a probabilidade de encontrar alguém conhecido é de 1 para cada 10 metros quadrados.

Lá fui eu, qual caracol, não com os corninhos ao sol mas com a face em brasa, tal estava irritada e constrangida.

Ou seja, a caça à pochette foi preterida pela caça à sandália.

Sorte, minha, a primeira loja que apanho quando entro, é a Benetton. Diga-se de passagem que há anos que não dou nada pela Benetton. Ficou no tempo. Não sei o que é que aqueles designers têm na cabeça. Contratem-me e juro que o raio da marca volta à berra (Sem falsa modéstia.).

Estava eu a dizer, bendita Benetton. Pois vejo logo, de longe, umas sandálias bem giras (e confortáveis), em pele, pela módica quantia de 15.80 Eur e (Sorte, mesmo sorte! - Nem pareço eu!) no tamanho 36.

Nem na Zara me safaria, que já só há traineiras para pézudas.

Resultado: Sandálias novas super confortáveis e étnicas: 1
Pochette: 0

(Amanhã vou às Marias e correr a Baixa.)

quinta-feira, junho 30, 2016

E vão dez anos a fugir dos maridinhos



Estava eu a lambuzar-me com a sardinha e oiço:

Ó "mnina", ponha aqui uma moeda no Santo António, para lhe arranjar um maridinho!"

 Olho em frente. A preceito, erguia-se um altar, com o dito Santo e várias caixas para moedas, tudo enfeitado a rigor.

Levanto muito as sobrancelhas e, sem pensar, deixo sair um:

- Eu? Cruzes credo!

- Mas um maridinho, "mnina"! O Santo Antoninho arranja!
 
Engoli a custo o pão, o lombo da sardinha e umas tantas espinhas. Não eram as espinhas. Era a dor do maridinho. 

Maridinho? 

Em velocidade da luz, vislumbro as imagens na minha cabeça. O pedido. Ele de joelhos. O anel. O casamento. Ele, embevecido e de olhos muito brilhantes a levantar-me o véu branco e imaculado, que cobria o rosto da sua formosa e inteligente noiva... O arroz, à saída da igreja...

Arroz? 

Só se for de marisco!

Deixei cair a sardinha e saí a correr. Parei. Voltei atrás, agarrei no copo, emborquei a ginjinha de uma vez.

- Maridinho, o tanas! - Cuspi a espinha e as escamas que quase sufocavam a minha garganta. - Já cá não me apanham!





*Ai, os Santos Populares. A minha festa preferida do ano. Até para o ano. (Santo António, atendei a outras moças. Esta está feliz e a recuperar-se. Não precisa de maridinho. Precisa dela de volta.) 

** Aproveito para anunciar uma gliceméride que é um marco. O Leite Condensado faz hoje dez anos.

 Dez (10!) anos! 

Assustador, não? 

Há meses, pus-me a lê-lo de uma ponta à outra e nem pude acreditar. Tanta coisa que não me lembrava e que recordei, como se estivesse naquele momento a escrever aquelas palavras. 

Depois, ver toda a evolução da "linha editorial", que espelhou todos os momentos que vivi, incluindo os mais terríveis. Os silêncios de muitos meses e o que significaram. O quanto marcaram-me.

Dez (10!) anos de pessoas que entraram na minha vida e várias não saíram mais (Nem quero que saiam, leram bem?). De momentos únicos. Muitas e muitas histórias. Risos, gargalhadas, tristezas, dor, lágrimas. Mas este blogue foi sempre das gargalhadas. Do açúcar. É a eles que pertence.

Por isso, estes dez (10!) anos não poderiam vir em altura melhor. 

Estou a recuperar-me. Estou a ter-me de volta. Tão bom. Não acreditava ser possível. 

Há dez (10!) anos, era uma miúda de vinte e sete anos. Uma miúda alegre, divertida, ingénua e com demasiada imaginação. Hoje, com trinta e sete, vejo os textos e vejo a infantilidade. A juventude. A ingenuidade.  Os olhos sorridentes (Quem me conhece sabe que sorria a rodos.). 

Mas sabem que mais? A miúda cá está. De volta. Dança, prega partidas, ri à gargalhada e esquece-se que já tem rugas e alguns cabelos brancos. Sou e serei sempre uma miúda. Já o prometi. Não te deixo ir embora novamente, miúda. Gosto de ti assim. És feliz assim.

Parabéns, Leite Condensado às Colheradas. Mexeste e brindaste a minha vida de uma forma única. Apareceste nos primórdios dos blogues, arrebataste, dormiste, hibernaste, esperneaste sobreviveste a custo às roupas e às modices e à profissionalização daquilo que era puro gosto, prazer e genuinidade. Cá andas, repleto de vontade de retornar àquele estilo, alérgico à comercialização da tua essência.

À tua!

És do caraças.




Fim de Santos



Uma pessoa vai à Graça, vai à Vila Berta em busca de uma sardinha e nada.

Nem uma bandeira, nem uma barraquinha, nem um cheiro a espinha de sardinha.

Alfama é linda!

‪(E depois da sardinha, cheguei a casa e comi pizza. O que querem? Este corpinho lindo não vive do ar.)

quarta-feira, junho 22, 2016

Não podes mudar a percepção que os outros têm de ti apenas a forma como te apresentas

 
Li a mensagem e até me vieram as lágrimas aos olhos. Caramba, não sou nada disso. Pensei que era em miúda (Lá para os vintes) mas aprendi que não o sou.

Sofia, já me elogiaste como nunca ninguém o fez e não foi a primeira vez. Fico assombrada. Nunca mesmo alguém me elogiou assim. Não sou nada disso. Aliás, acho que tu és isso.

Enfim, tenho uma etiqueta no blogue (No verdadeiro, não o Facebook) que é "Não podes mudar a percepção que os outros têm de ti apenas a forma como te apresentas". (Dizia o Tim Gunn há muitos anos, num programa qualquer.). Quer dizer tudo e quer dizer nada. Somos o que os outros vêem ou seremos o que nós vemos em nós?

Gostaria de ser essa pessoa mas não sou. Primeiro, porque já fiz muita porcaria. Depois, não sei bem porquê, estavam lá todas as condições mas tudo falha.

O meu irmão é daquelas pessoas que tem uma sorte brutal. Tudo é ouro, seja onde pise ou espirre. Não o desmereço no seu empenho, atenção, mas, até naquelas coisas parvas, ele tem sorte.

Já eu, bem, sou o oposto. O cúmulo do azar. Aquela pessoa a quem tudo acontece, corre mal e para fazer um caminho que em recta demoraria cinco segundos, a recta está cortada em todos os sentidos e tenho de tomar a estrada acidentada, que demora duas horas. Só que comigo demora seis. (Furou o pneu, caiu uma árvore na estrada, a gasolina acabou - Na verdade, o contador avariou e não pude precaver-me como faço sempre. - ligaram a dizer que tinha de voltar atrás, para ir buscar um documento, que afinal também seria necessário...).

Por isso, acho difícil ser essa pessoa. Também não sou santa. Nem sempre quis ajudar. Tive alturas em que só o meu umbigo interessava. Muito menos bonita (Olha, hoje, regressei a casa a achar-me o patinho mais feio do mundo. Acho que as pessoas até olhavam para mim a estranhar, de tão encolhida que estava.) Que pato despenado, sem graça, acabado que nem para o arroz serve. Engraçada ainda poderia aceitar mas... Não. Magra... A maior falsa magra da história, com uns ossos de tão fininhos que só dão problemas e não me permitem dançar como o espírito gostaria. Tenho fases. No Inverno visto S/M, no Verão XS. Bem, o calor já poderia ter chegado antes e não sei se é da medicação também mas, a realidade é só uma. Não caibo na minha roupa de Verão. Ok, não me posso queixar. O meu peso é normalíssimo, ainda assim tão falsa mas tão falsa magra. (Não me queixo. A estrutura fininha salva-me. Nisso tive sorte. - Ou não porque não aproveito e só faço asneiras.) Dava jeito caber na roupa porque não quero passar o Verão de calças de ganga e não tenho dinheiro para comprar roupas novas.

Ora, porquê este desabafo? Porque estou tão longe de ser isso tudo que dói. Queima. Engraçado. Eu é que sempre te vi assim. Mesmo nas fases compulsivas, sempre te vi assim. Em tudo. Sempre pensei "A Sofia é das mulheres mais giras, mais cool e mais interessantes que conheço!" Dizes isso e sinto-me um flop. Também porque não consigo responder-te como deve ser à tua mensagem. Hoje, não. Só sei dizer, muito obrigada, querida Sofia mas tu és tudo isso e muito mais. Eu... Eu sinto-me uma fraude. Depois, porque estava a precisar deste desabafo, assim ao mundo. De admitir que estou tão longe de ser perfeita mas tão longe. Bem, nem de perfeita. De admirável. É verdade. Podem dizer que sou coração disto, amiga daquilo mas já fiz tantas mas tantas merdas na vida. Já fiz bastante mal. Que me envergonham, sim. Isto não é auto-flagelação. É um reconhecimento. Tenho de saber admitir que errei. Tenho de saber admitir quem não sou.

Este blogue chama-se Leite Condensado às Colheradas não só porque adoro comer leite condensado às colheradas, até ver o fundo da lata, mas também porque sempre vivi mais na imaginação do que na realidade. Foi assim que ele surgiu. Agora, vai fazer dez (DEZ!) anos. Está na altura de crescer e de deixar de açucarar na mente. Ou o faço na realidade, ou sou um flop. E há tanta mas tanta coisa que preciso de fazer. Para chegar lá. Aos pés desse cool, pelo menos.

Sofia, amanhã tentarei responder, como mereces. Juro. 
 
(Hoje, fica só este mea culpa. Meo ego.) 

terça-feira, junho 07, 2016

Chef Alexa II

 
 
Acabei de fazer um sumo de melancia que ó! Deviam ter visto. Aquele cor-de-rosa vibrante a prometer ondas de prazer às papilas gustativas.

Um copo daqueles bem grandes cheio. Tão bonito que quase que me apeteceu fotografá-lo.

Quase. Porque a gula foi superior e foi aí que fiquei a saber que sabia a casca com relva.

#juroquetireioscaroçostodos #nãopercebo

domingo, junho 05, 2016

Fins de semana desses no Facebook





Caríssimos amigos, leitores, seguidores e pessoas que, coitadas, caem aqui de paraquedas sem o paraquedas,
Só para avisar que também tive um fim-de-semana de sol, praia, sardinhas, sangria, caracóis, mergulhos e a Bica é linda.


Verbalizando

"Lember" aquele verbo que automaticamente faz com que a minha cabeça entre num turbilhão e ecoe "Porquê?" "Porquêêê???"
 
Nunca irei compreender.

sábado, junho 04, 2016

Na pele de uma bailarina

Toda a gente a pesquisar o que são deboulés.

Da parte de quem os faz a perspectiva é mais ou menos esta.

‪#‎beberparaquê‬ ‪#‎hajafoco‬



quinta-feira, junho 02, 2016

MORTE À CALÇADA PORTUGUESA


Hoje, quando ia a sair para levar a Cacau à rua, vinha a filha de uns vizinhos a chegar, com o bébé nos braços, que tropeçou na malfadada calçada.

Para não magoar o bébé, caiu bastante mal, torceu o pé e caiu de costas. Começou a chorar de dores e entregou-me logo o miúdo, que também chorava, para os braços. Felizmente, para ele, foi apenas um susto e sossegou logo nos meus braços. Já ela, ficou com um entorse valente no pé e sabe-se lá mais o quê nas costas.

Posto isto, quando é que arrancam de vez esta porcaria?

Isto não é uma calçada, não é um pavimento. É um instrumento de tortura.

Estou saturada de assistir a 38495894584968 quedas, lesões e ferimentos. Estou saturada de ver esta porcaria a dar cabo da vida das pessoas e acabar de vez com a qualidade de vida aos idosos porque, nessa idade, uma perna, braço, cabeça ou bacia partida significa o fim de muita coisa.

Estou saturada de ver as pessoas a fazerem equilibrismo para se manterem em pé. De ver a acessibilidade negada a quem anda de cadeiras de rodas ou tem dificuldades de locomoção.

Eu própria tenho uma cicatriz de seis centímetros no joelho esquerdo, que não me deixa esquecer uma queda, cujo resultado foram uma série de pontos internos e externos e várias semanas sem poder andar. E sim, estava de sapatos rasos.

Quando é que percebem que a questão não é a manutenção? É uma pedra escorregadia, onde o passar dos anos só o piora. São cubos pequenos mas que, por mais alinhados estejam, vão dar sempre azo a muitos acidentes.

Quando é que passamos de vez para o século XXI? Também já tivemos o tempo da terra batida e o que mais. Quando é que olham para outras cidades e países e percebem que o objectivo de um pavimento é facilitar a locomoção? Madrid aqui tão perto tem um pavimento excelente e em lado algum impossibilita uma cadeira de rodas de circular.

Sim, também gostaria de andar de saltos sem arriscar ficar com os pés, joelhos e o que mais feridos, torcidos ou partidos, cada vez que saio à rua. Ora que grande treta! Isso acontece até de ténis.

Se é bonita? É! Mas arranquem-na de vez e coloquem-na num museu para admirar. Coloquem a legenda "Era sobre este instrumento de tortura que os portugueses tentavam deslocar-se e, como consequência, muitos sofreram na pele e nos ossos a sua beleza. Arranquem-na! Pobres brasileiros que herdaram esta porcaria, ainda mais perigosa num clima húmido
.
Arranquem-na! Arranquem-na de vez e passemos ao século XXI. Coloquem-na num museu.

Arranquem-na do país inteiro. Para que não tenhamos de assistir ou protagonizar mais episódios como o de hoje.

Arranquem esta porcaria de vez e terminem com o suplício que é caminhar sobre ela!

quarta-feira, junho 01, 2016

Dia da Criança



Após ver tanta foto dos amigos, no Facebook, quando eram crianças belas, fofas e adoráveis, cumpre perguntar:

O que correu mal?

quarta-feira, maio 11, 2016

Estou uma adulta! AKA Talvez seja melhor falar com a L'Óreal para parcerias



Hoje merecia um lugarzinho no céu, pelos problemas que já resolvi a tanta gente.

Não me refiro a problemas sérios. Esses já resolvo há vários anos.

Refiro-me aos problemas verdadeiramente mais complicados.

Sabem?

Daqueles problemas de primeiro mundo, parvinhos, parvinhos, que, se retirarmos o stress (absolutamente desnecessário nestes casos ), são do menos problema que há? Daqueles que põem gente graúda a estrebuchar como crianças e que nos dão vontade de lhes dar um valente sopapo para manterem a compostura? Daqueles que instigam até os mais sérios a arrancar cabelos e a apresentar ameaças de morte mas que nós, ao assistirmos, só queremos fugir para um canto protegido e desatar à gargalhada ou replicar com o maior revirar de olhos possível, com desdém suficiente para dar dez a zero a uma tia de Cascais? Sim. Falo desses. Os não problemas.

Hoje, resolvi um montão de não problemas.

Inclusivamente, acabei de resolver um agora ao meu pai. Copiei os contactos todos de um telemóvel para o outro. Quando, antes, a vida estava por um fio. Já se tinha passado, partido o cartão SIM, deixado partes do cartão no telemóvel antigo, estragado um dos filamentos onde encaixa o cartão, vociferado (e acredito que asneirado) a alta voz, para horror da minha mãe (também ela sem paciência), ido a uma loja para saber o que podia fazer, vir de lá mais estouvado ainda porque efectivamente não lhe deram a resposta que necessitava, etc, etc. 
Com toda a calma e a voz mais suave deste mundo, aconselhei: "Pai, tens de ter mais atenção. Dás cabo da saúde. Não podes enervar-te com estas coisas (Juro que não lhe disse para ter calma, aquela palavra que, quando proferida, deixa toda a gente louca. - Sou ou não sou a maior?). Tudo se resolve. Tens de medir as situações e analisar se vale a pena tanto stress." Tudo com a voz mais apaziguadora e tranquila que alguma vez já presenciaram numa aula de Ioga. Resultado: Pai tranquilo, com um sorriso de orelha a orelha.

O meu dia de hoje foi praticamente isto. Resolvi este e mais outros muitos não problemas e consegui deixar toda a gente absolutamente tranquila e serena.

Nem pareço eu, certo? Aquela que, outrora, sem qualquer paciência, daria dois berros e ordenava ao indivíduo em questão ter juízo e ganhar vergonha na cara, por considerar tal um problema (Estou uma adulta!).

Mereço um lugar no céu.

Isso e uma coloração de cabelo para breve, tais são os cabelos brancos que vou ter à conta de dar espaço de antena a estas coisas.

sábado, abril 23, 2016

Bah


Uma pessoa acorda bem disposta, vai para a dança, cheia de positivismo e sorrisos para dar, sente-se bem e realmente feliz e depois bastam duas palavras para derrubar tudo isso.

Caramba que, de repente, apeteceu-me equacionar muita coisa e desistir de outras tantas. Atirar a toalha e dizer "Olha, miúda, tu que adoras mudanças, está na altura de fazê-lo.".

Foi o suficiente não para estragar inteiramente o dia mas para deixar aqui uma pontinha de tristeza que, raios, mói. Ó se mói.

É que aqui o moer significa um bocadito mas um bocadito suficiente para, em uma respiração, passar a uma avalanche e desabar numa crise de choro, seguida de (Não! Não! Não!) um ataque de pânico.

Curioso como duas palavras ditas de certa forma podem fazer tanta mossa.

No entanto, aqui estou, estóica. A ouvir música. A cantar, a ler para esquecê-lo. 
Também é bem feita, Maria Alexandra. 
Pode ser que agora, com toda essa consciência que tens ganho, percebas que, estupidamente, também já magoaste muita gente. Mesmo que não tenhas tido a intenção de fazê-lo.

(Não liguem. Isto são os meus exercícios de aprendizagem dos últimos tempos. Por tudo e por nada, pôr a mão na consciência. Não basta partilhar frases feitas a pensar no que os outros nos fazem. É preciso ver que, mesmo que tenhamos sido atingidos, também já agimos assim tantas vezes. O que também tenho de levar com calma, uma vez que cheguei ao ponto de culpabilizar-me por cada piscar de olhos e quase andar a chibatar-me.)

Enfim. Xô nuvem. 
Os meus pais regressam hoje de Madrid e eu tenho saudades deles. Logo, hoje é um dia bom.

sexta-feira, abril 08, 2016

Polémicas do dia



Resumindo o dia de Facebook, após leitura na diagonal:

1) Está tudo indignado com o que João Soares disse mas já não lhes faz espécie o insulto gratuito que, com tanta indignação, lhe fizeram durante todo o dia. Li insultos de arrepiar (Gentxi, o João Soares não esteve nada mas nada bem. Ainda assim, NOTO que ameaças à integridade física é crime mas insultar também.) ‪#‎moralistasdasanita‬

(O mais engraçado é que conhecendo a figura do Sr., dificilmente o veria à bofetada. Mais facilmente o veria a fugir da confusão, que nem dar bofetadas deve saber dar.) 

2) Ai que a Joana Vasconcelos disse que levava o telemóvel e o Ipad, jóias e sei lá o quê, se fosse refugiada. Ai, que o país quase implodiu com tamanha alarvidade! Estamos no Século XXI. Queriam que levasse o quê? Astrolábios? Os valores servem para trocar pelo que necessitarem e a tecnologia para comunicar e encontrar rumo. Quanto às memórias, qual de vocês, se tivesse oportunidade, ao fugir não levaria algo de valor sentimental? Uma coisa concordo. Falar com a língua enrolada à tia de Cascais não a iria salvar de polémicas.Nem que fizesse a lista mais imaculada.

3) Depois e pior, tanta voz chocada mas ajudar já está quieto. Não, 'bora lá a mais uma polémica de Facebook, daquelas que não dão trabalho e podemos ficar confortáveis na cadeira ou na cama, a participar. Ai que horror, que falta de respeito pelos refugiados! De repente, toda a gente é voluntário e activista de comando.
Já agora, sendo assim, "compartilhem" este post no vosso mural, para que Deus oiça as nossas preces e salve mais um cão, com fiambre em cima do focinho."