terça-feira, outubro 10, 2006

Geralmente diz-se que só damos valor às coisas e às pessoas quando as perdemos. E que isto se aplica desde às coisas mais simples e mundanas até àquilo que tem um valor mais inestimável - a vida.

Há muito que já não o vejo assim. Felizmente. Provavelmente porque já perdi muito. Mas, sobretudo porque moldei-me às coisas boas. Obriguei-me a aprender a dar valor às coisas mais simples.

Todavia, a perda continua a chocar-me. Mesmo que se aproveite bem tudo. Ainda mais uma perda tão estúpida!

É nestas alturas que questionamos mais veementemente os valores, os conceitos, o destino padrasto.

Estou farta de perder amigos na estrada. Gosto demasiado de vocês para me fazerem isso!

João,

Ficam as brincadeiras de criança, os longos e eternos namoros à janela, as milhentas vezes que íamos patinar, andar de bicicleta e falar para o super ou para as escadinhas. Os verões em que ia comprar Magnuns brancos ao minimercado e depois ficava à conversa contigo na porta do teu prédio, os Carnavais em que éramos uns terrores e íamos atirar balões de água para o telhado. Ficam milhares de imagens tuas. Não as suficientes. Nunca as suficientes.

Gosto muito de ti. As saudades já são insuportáveis.

E a tua filhota é uma bonequinha linda.

Beijinhos,

da amiga

Xana

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