sexta-feira, janeiro 30, 2009

Pensamentos e dúvidas que me perseguem - Trauma II


Foda-se!

Será que o rato era o João Ratão?

E foi justamente cair no meu caldeirão?

(Pensamento mais medroso: ...Será a Carochinha violenta?)

Mas estará tudo doido?

De que estão à espera?

O prazo já está a correr! É até ao dia 13 de Março!

Aiiii, mãe! Se eu não os aviso...

Não podes mudar a percepção que os outros têm de ti, apenas a forma como te apresentas I


Calma.

Não estou a começar de novo.

Só estou a fazer as pazes com o universo.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Mental Note I

Os travesseiros de Sintra do Pingo Doce já estão cozinhados.

Lembrar disso quando os puser no microondas para aquecer.

Lembrar, sobretudo, quando os retirar e levar direitinhos à boca.

Trauma é


Chegar todos os dias ao trabalho e, imediatamente, ir espreitar o balde das limpezas perfumadas, para ver se não tenho lá um rato afogado e morto.

O primeiro passo para a cura



Olá. Chamo-me Alexandra, tenho 29 anos e sou chocolatra.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Tenho um certo respeito por esta nova funcionalidade do Blogger, os "followers" ou "seguidores".

Nunca se sabe quando, na realidade, alguém está a criar uma seita.

terça-feira, janeiro 27, 2009

A melhor forma de começar a manhã

Lembram-se disto?


Chego ao trabalho, determinada a ter um dia calmo.

Guardo o meu saco da dança, arrumo as coisas e relembro a esfregona.

Como é que hei-de explicar? Digamos que sou uma pessoa complicada com cheiros. Detecto odores diferentes à distância, melhor que um pastor alemão, treinado para encontrar droga numa fábrica de farinha. E sou esquisita. Muito!

Ontem detectei no armazém um cheiro diferente e algo desagradável. Funguei toda a àrea e conclui que vinha da esfregona. Conclui mesmo quando a retirei do balde, a funguei com força (muito mais do que necessário) e fiquei a ver estrelas, adiando o jantar para muitas horas mais tarde.

Achei estranho, por ainda há poucos dias a ter encharcado em detergente para chão com perfume floral. Quando digo encharcado, é literalmente. Qual diluir em àgua? Detergente purinho, cheiro a flores durante uma semana, chão reluzente e pronto e desinfectado até para uma refeição. Supostamente, a esfregona estava lavadita. Mas como já era tarde, deixei a tarefa para o dia seguinte.

Portanto, hoje, quando cheguei, alegre e pipilante por não ter apanhado uma gota de chuva pelo caminho, pousei as coisas, arrumei o saco de dança e fui directa à vassoura. Peguei na dita (que já tresandava) e lavei-a muito bem lavada, com tudo o que tinha direito, da lexívia ao detergente perfumado. É então que pego no balde, para tratamento semelhante.

E agora, é quando juro. Eu juro que não sou mulher para isto. Juro que não fui feita para isto.

No balde vislumbro algo de forma oval castanho. "Que estranho!" Chego o balde mais perto de luz melhor e é então que me apercebo da pequena forma peluda e molhada que era, nada mais, nada menos, que um rato afogado, morto, mal cheiroso.

Largo o balde, desato aos guinchos, enquanto faço uma espécie de dança tremelicante do nojo.

- Aiaiaiaiaiaaiaiaiiaiaiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

Choramingo, grito para dentro (não vão os vizinhos ouvir), tremelico e saltito muito de um lado para o outro. Saio do armazém, fecho a porta. Inspiro fundo, pego no balde, sacudo-o para a sanita. Deixo-o lá e saio novamente a correr. Inspiro fundo, outra vez, regresso, bato no balde, qual tambor, para ter a certeza que oiço um "ploft" na àgua e puxo o autocolismo umas trinta vezes, sem exagero (Este mês, a conta da àgua vai ser tão linda...). Lavo o balde, a embalagem de lexívia inteira, a de detergente de seguida e vasculho tudo para ver se a Sra. rata não tinha vindo fazer companhia ao marido, juntamente com a plebe de ratinhos.

Não encontro nada, saio a correr, agarro o telefone.

- Paiiiiiiiiiiiiiiiii! Tenho um rato aquiiiiiiiiiiiiiiiii!

- O quê?

- Tinha um rato morto aquiiiiiiiiiiiiiii! No balde da limpezaaaaa!

- Mas que queres que faça? Não posso ir para aí! Combinamos logo à noite e já damos volta a tudo.

- Quero que compres veneno! Quilos de veneno! Quero as coisas das obras todas fora! Paiiiiiiiiii, deve ter entrado pela janela do armazém! Não podemos fechá-la com tijolos?

É aqui que digo que não fui feita para isto. Sou mulher para lidar com muitas coisas, para não temer muitos desafios e dificuldades, mas isto? Nem pensar!

Obviamente, já chamei uma equipa de desratização, que chega daqui a meia hora.

Ainda não tomei o pequeno-almoço e duvido muito se conseguirei sequer tocar no almoço.

Da minha secretária confortável, oiço de tempos a tempos pequenos ruídos vindos da porta. Quiçá, verdadeiros, quiçá imaginários. Tenho umas alegações de recurso e um contrato para fazer. Não sei como.

Depois disto tudo, só não me digam é que o Topogigio e o Ratatui são fofinhos!

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Retrato de uma sociedade

Estou a apaixonar-me por Obama.

Reparem bem, é irresistível.

O sorriso perfeito e terno, os olhos amendoados e brilhantes marejam esperança.

As palavras certas e seguras de alento.

Seria o conto de fadas perfeito.

O casamento, a valsa com ele a conduzir-me gentilmente, a olhar-me nos olhos e a sorrir. Aquele sorriso...

Depois... Depois,

A crise eliminada, as contas pagas, paz na vizinhança, fruta na mesa e despensa abastecida.

Eu também acredito no sonho.

Obama, faz-me um filho!

Momentos de lucidez

Depois percebi que não poderíamos ter um futuro juntos, quando ele me respondeu

sexta-feira, janeiro 23, 2009

O meu dia pela óptica dos pés I

Hoje saí assim



Daqui a pouco...



Logo!

Mulher conhece homem


E depois tudo se resume a problemas de audição.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Momento indubitavelmente adolescente


Ele achou-me gira!

O fim dos blogues

Assistimos a um crescimento desenfreado da blogosfera, que ditava uma liberdade de expressão muito mais vibrante que a da comunicação tradicional. Liberdade de expressão, quantidade e qualidade de informação, impressões.

Uns diziam até que seria o fim da comunicação social, dos livros, revistas e jornais como conhecemos até hoje.

Todavia, outros há, e muitos, que, desde cedo e há algum tempo, vaticinam o fim dos blogues.

Neste momento, começo a acreditar na veracidade desta previsão.

Eu própria passei por um encerramento que durou seis meses. Regressei e, salvaguardando devidamente as minhas vidas profissional e pessoal/emocional, dou por mim sem saber o que publicar. A considerar tudo banal, já escrito e repetido pelos milhares de blogues criados mundo fora. Se mudo o rumo, fico em casa alheia. Leite Condensado às colheradas (política? sociedade? economia mundial? sexo? poesia? literatura?...)

O meu regresso foi até doloroso.

Por diversas razões, uma das quais escassez de tempo, estive fora do meu e de todos os blogues que acompanhava. Ao regressar a estas janelas indiscretas, abruptamente verifiquei que, entretanto, várias encerraram. Que outros perderam o interesse, por estarem no mesmo marasmo que eu, isto é, ou publicam banalidades repetidas ou remetem-se ao silêncio, pontuado por uma música ou uma gracinha.

Não enchem os dedos de uma mão os blogues que realmente me satisfazem. Já foi o tempo que me perdia eternamente navegando de página em página. Hoje, se o faço, é por insatisfação.

Dou por mim na mesma encruzilhada que me vi há sete/oito meses atrás. Vejo até "colegas" que dizem ir mudar de nome de blogue por que este já não os/as satisfaz. Encaro isto com a mesma naturalidade. Crescemos, amadurecemos. A mudança faz parte da nossa vida e, geralmente, não a vejo com maus olhos. Todavia, parece errado desvirtuar este espaço que nos acompanha há alguns anos.

Da minha parte, tenho duas opções. Ou crio, paralelo a este, um novo blogue, com nome e objectivos diferentes, de preferência completamente anónimo, onde darei largas e espaço a tudo o que me apetece menos isto. (Este deixa de ter sentido... mas é o meu espaço...) Ou mantenho este, esventro a introdução do cabeçalho, doa a quem doer, esventro o título, o conteúdo e será como viver numa casa onde a decoração nada tem a ver connosco. Regressei a pensar nesta segunda hipótese. Ainda não cheguei lá. 

Continuar assim, light, muito light, meio superficial, lá lá lá, não me parece opção. 

Ainda assim, algo me diz que fazer isso é exactamente o que dita o fim dos blogues.

Não sentem exactamente o mesmo? Caminharemos todos para lá?

Terá a crise também chegado aos blogues?

P.S. - Não estou a ditar o fim do Leite Condensado. Isto é apenas um exercício de reflexão em voz alta do que se passa na blogosfera.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Para bem do estômago de cada um de vós,

Queria postar sobre algo que não fosse dança.

Aqui fica.


terça-feira, janeiro 20, 2009

Audição - Report

Pois que correu muito bem mas vim um tanto ou quanto desiludida.

Muito bem, uma vez que veio confirmar o fantástico professor que o Miguel é e o bem que nos prepara. Não só estivemos muito bem e nos aguentámos à bronca como superámos em muito vários profissionais(zecos). 

Peço desculpa pelos "zecos" mas, foi a pensar assim que saí de lá.

Fiquei desiludida. Havia lá gente conhecida da televisão. Programas de dança. "La Férias". Gente que estuda dança profissionalmente. Mas, ali... Nada de garra, nada de ataque, tudo muito pequeno, técnica longe da perfeição...

Chegou ao ponto de ouvir várias vezes "Ahh... Vai tu para a frente!" Numa audição?? "Claro que vou!".

Estava à espera de pessoas que me desafiassem mais. O meu receio era estar muito deslocada mas isso desapareceu no primeiro momento em que toquei na barra e olhei à minha volta.

Ok, tinhamos a benesse de já conhecer o Miguel e saber que ele gosta das coisas feitas com garra, ataque. Gosta das coisas grandes. Bailarino não se encolhe, ergue o pescoço. Mas não é suposto ser assim? Aquela gente não sabe isso?

Enfim, acabou por ser menos difícil do que esperava. Duas horas divididas em ballet, contemporâneo e Jazz. Para uns, o ballet foi transcendente. (Eram exercícios da nossa aula normal...) Ainda exemplifiquei os chaines (fica prometida a publicação de um video com a execução deste exercício que adoro) que, modéstia à parte e, segundo o Miguel, sou uma mete-nojo.

No final, o Miguel pediu para ver novamente dançar nós as três e mais duas bailarinas.

Resultados ainda não temos, mas saí com a convicção de que, de facto, o Miguel é um excelente professor e que tive imensa sorte em ir parar àquela academia.

Hip hurray para o meu ego e para o Miguel...




*Festa de Natal 2008, The Phantom of the Opera - Masquerade Ball. Pássaro de Fogo, Ninfa e Sereia, nos seus melhores sorrisos. (Uma vez que, à hora da publicação deste post, muitas crianças podem aceder a este blogue, entendemos não publicar a parte de baixo das fotos. Agradecemos a sua compreensão e pedimos desculpas pelo incómodo.)

sábado, janeiro 17, 2009

Let's talk about sex... maybe not!



Costuma-se dizer que quem fala muito age pouco.


Agora já perceberam porque nunca falo de sexo.*


* Alexandra, sex goddess a contar desde 2000

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Eu não quero desagradar aos meus pais, que gostam muito de me ver como advogadita mas...

Amanhã tenho uma audição para bailarinos, que o famosíssimo (e excelente professor e coreógrafo) Miguel Vilhena vai fazer.

Alunos dele, em princípio, seremos quatro a tentar a sorte. Obviamente, todos instigados pelo professor. Amadores, ali no meio dos profissionais (Incho o peito de orgulho).

Medo?

Não. Vai ser divertido e qualquer resultado será excelente, contando que somos verdinhas, ainda a leite, e não temos formação profissional.

Pessoalmente, encaro como um desafio e como uma diversão. Quase, quase, nos trinta, estou na idade dos "porque não" e "não consigo é expressão proibida".

Neste momento estou a fazer o meu currículo de dança, que segue infra.

Algo me diz que está no papo.

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Volto Já

Irrita-me a utilização abusiva desta sinalética nas lojas.

Quando é que percebem que um "Volto Já" significa tão somente:

"Minha Senhora, estou sozinha na loja e tive que ir à casa de banho. Estava já muito aflita. Assim, a não ser que o jantar de ontem tenha sido lasagna, são só mesmo dois minutos!"

terça-feira, janeiro 13, 2009

What do women want?

EU NÃO SEI, PÁ!

Se alguém souber, que me avise.

domingo, janeiro 11, 2009

Solidários com as aventuras e desventuras da autora do blogue nos transportes públicos, cansados de tanto a ver sofrer e estoirar sapatos maravilhosos pela calçada portuguesa fora, os leitores do Leite Condensado às Colheradas decidiram presentear a Alexandra com isto:

Não seria a minha primeira escolha mas fico muito honrada e enternecida com o presente. Eternamente comovida.

Por favor, enviem-me a vossa morada, a fim de retribuir com postais de agradecimento.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

O romantismo existe

eu: Está a querer dar-me a volta, almejando o casório... Certo?
ele: Sim. Estou a fazer-te a cabeça aos poucos. A cena do autocarro... Foi tudo planeado.
eu: Cachucho...
ele: Como vês podia ter resolvido o problema com rapidez. Foi mesmo só para te atrasar.
eu: Já lhe disse que não caso sem um cachucho no dedo. Nada me faz mais a cabeça do que um cachucho.
ele: toma: http://www.ecologistasenaccion.org/spip.php?article10756

quinta-feira, janeiro 08, 2009

And now for something completely different VI


Vamos falar de algo que ninguém fala.

Vamos falar do frio.

Frio... FRIO... Brrrrrrrr.... tec, tec, tec, tec (dentuça a bater)...

Irra! Nem a fritadeira da Worten me vale!

E quando eu pensava que o meu dia não poderia correr pior (até o horóscopo era negro)


Depois de publicado o post anterior, o computador pifou, literalmente.

Obrigada, Deus, por me recordares que não devo ser maldosa.

E obrigada a um anjinho stalker, que colocou a armadura, montou o cavalo branco e salvou aqui a princesa!

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Exmos. srs. passageiros, por motivos alheios ao Metropolitano, a circulação na linha amarela encontra-se interrompida


Após dois meses de sucessivas lesões e demasiado trabalho que me afastaram das aulas, isto de voltar a sério à dança significa apenas uma coisa: Voltaren espalhado pelas pernas, pelos bracitos, costas e abdominais, como se creme hidratante se tratasse.

Portanto, hoje, a única coisa que eu pediria seria roncar à vontade, refastelada no Metro, no caminho para o trabalho.

Mas não, claro que não!

Tive que percorrer quilómetro e meio, carregada de sacos e de saltos (que é a única forma de os músculos das pernas não reclamarem tanto, porque se eu coloco o calcanhar no chão, ai se eu coloco o calcanhar no chão...). Apanhar um autocarro, perdão, uma lata de sardinhas, e só não fui muito ensardinhada porque fui a última a conseguir caber e o motorista pediu-me para passar para o lado dele, a fim de conseguir fechar a porta. Apanhar o metro no Campo Grande e, aí, sim, verdadeiramente ensardinhada. Chegar a correr ao trabalho, não a tempo de tomar o leite de soja morno com estrelitas, conforme tanto intencionava. Finalmente, sentar-me, discretamente descalçar-me e enterrar os pés no tapete de pêlo de ovelha felpudo.

Duas vezes numa semana que ainda só vai na quarta-feira é obra.

Portanto, aos caríssimos que gostam de se jogar na linha do metro (não é jogar... é cair... pois... com impulso!), sim, você mesmo com cara de quem "cai",

Existem mil e uma outra formas de o fazer.

Jogar da janela (Mas, convenhamos, não é preciso traumatizar os traseuntes e os vizinhos... jogue-se antes de um penhasco, de uma escarpa recortada com vista para o mar. É mais romântico e não lesa psicologicamente ninguém.).

Comprimidos. Por amor de Deus, se até o meu querido Heath Ledger o conseguiu, acidentalmente, porque não você, propositadamentte?

Cicuta. Veneno para ratos. Petróleo. Enfarde-se de fast-food.

Cortar os pulsos (de forma correcta. No caso de dúvida, pergunte a este Sr.).

Afogar na banheira. Ou no rio Trancão (aproveite as chuvas).

Enterrar vivo. Peça ajuda.

Tantas outras.

Agora, traumatizar o maquinista, as pessoas que assistiram (Eventualmente, crianças... Já pensou nas crianças??), as pessoas que o desencarceraram.

Já se indagou que a sua "chamada de atenção" pode criar, aí sim, situações de vida ou morte, pelos médicos, enfermeiros e pessoas que não chegam a horas ao trabalho?

E as horas, que sentido de oportunidade! Giro, mesmo giro, é atirar-me à hora de ponta! Onze da noite? Não! Nove da manhã!

Portanto, a todos vós em especial, desejo do fundo do coração que sobrevivam. De preferência, com um ou outro membro completamente estilhaçado. Tetraplégicos, agarrados a uma maca e sem visitas. Para se sentirem ainda mais coitadinhos.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

A culpa é de cada um de nós


No quarto ano, a escolha não foi difícil.

Abriram a opcção ciências jurídico-comunitárias e internacionais. Era a minha cara e a minha paixão. Tive "sorte". A menção mais aliciante numa época em que o direito internacional dava passos importantes.

Acompanhei a elaboração dos estatutos do Tribunal Penal Internacional, através da cadeira de Direito Internacional Público e, mais vivamente, através da Associação Europeia de Estudantes de Direito (ELSA). Vivi as convenções de Genebra e as que pareciam contribuir para uma justiça mais alargada.

Vislumbrava-se um mundo mais justo, mais seguro e protegido dos estados que se impõem a todo custo. Vislumbrava-se um mundo onde não seria possivel ocorrer novas invasões, tortura, ofensas a civis, genocídios. Onde os direitos fundamentais seriam finalmente reconhecidos e respeitados.

O meu destino, Bruges, foi protelado por um estágio de advocacia. Já sabia que seria a única forma de conseguir completá-lo. Logo a seguir ao curso ou nada feito.

Ficaram alguns trabalhos que envolveram direito internacional, enquanto profissional.

O resto foi protelado.

Tal como o direito internacional.

Acabado, executado em praça pública. A Convenção das Nações Unidas é inútil e impraticável. O Tribunal Penal Internacional não teve o alcance mínimo desejado. Os que cometem crimes internacionais são intocáveis.

Folhas e folhas de consensos, conseguidas gota-a-gota, deitadas ao lixo da vergonha internacional.

Assistimos à arrogância e prepotência de uma nação que se impôs sem justificação aceitável e comprovada.

Afeganistão.

Iraque.

O silêncio nas atrocidades que todos fingimos não ver.

O que se passa na faixa de Gaza, o momento escolhido não é inocente. Ainda temos um vergonhoso Bush na cadeira. há-que aproveitar antes do início da era de Obama.

Ainda assim, a culpa está não apenas no Sr. Bush. Seria demasiado irresponsável afirmá-lo.

A culpa está em todos nós. Que ignoramos. Que fechamos os olhos. Que não levantamos a voz e a ajuda. Que também não respeitamos as convenções de direito internacional conseguidas a custo.

Se ainda temos crianças e inocentes que são mortas todos os dias, por uma guerra que não lhes diz respeito,

Se, ainda hoje, centenas de mulheres, com não mais de quinze anos, se imolam para fugir aos maus tratos aplicados pelos maridos,

Se, ainda hoje, são chacinadas pessoas simplesmente porque têm a côr, sexo, nação, religião errada,

Se, ainda hoje, os direitos de uma nação não são respeitados por fundamentos comerciais mascarados,

Se, ainda hoje, acontecem todas estas e muitas outras atrocidades,

A culpa é de cada um de nós.

Porque fechamos os olhos.

Hoje, acordei a sentir muita vergonha de mim própria.

sábado, janeiro 03, 2009

É só para dizer

Que estou aí para as curvas.
Hoje aspirei, limpei o pó, os espelhos. Lavei o chão.

Aproveitei as abertas, o sol. Lavei os vidros. Choveu novamente. É a minha sina do costume.

Mas estão mais brilhantes. E as pessoas entram com um sorriso. Saem com um maior.

Daqui a pouco vou ao ballet.


A foto... Só porque adoro estes dois. Sobretudo, a senhora. Tem um sorriso de boa pessoa e de quem ama a vida.

Bom fim-de-semana!

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Eis que, nos primeiros momentos do novo ano,




o meu mundo

cai por terra.


Na primeira noite do ano, fui sonhar logo com ele. Já não sonhava com ele há mais de ano e meio.

Sou sincera quando digo que não aguento mais. Não posso e sei que não posso pensar mais numa pessoa irreal. Não me faz bem. Não é salutar e não tenho forças. É ridículo. E, assim do nada, sem razão, sonho com ele. Daqueles sonhos que tinha há anos. Que me perturbavam. Porquê? Volta tudo novamente? Racionalmente, é tão ridículo que me apetece bater a mim própria. Sou presa de mim própria. Da estúpida imaginação, só o posso ver dessa forma. Eu não gosto daquilo que ele é. Abomina-me. Gosto de uma forma estúpida de gostar porque não percebo porque gosto. Gosto dele mas não o quero. Abomino-o. Alguém consegue perceber isto?

Depois estas recaídas quando menos espero deitam-me por terra. Dou-me por vencida. Esqueço-me de quem sou e de tudo o que quis para mim em criança. Não gosto de mim assim. Ando arrastada, ao sabor de tudo menos de mim. Juro que já não aguento mais.

Acordei a chorar de angústia e a prometer que se isto torna a acontecer jogo-me pela janela.