sexta-feira, dezembro 06, 2013

Se encontrarem por aí uma criança a correr atrás de papagaios e balões, sou eu.


Hoje, será discutido este projecto de lei no Parlamento

Há quem não ligue e não queira saber dos animais mas a verdade é que só assim evoluiremos como humanos, como sociedade, como pessoas melhores. Deixarmos de ser "animais". Quem os tem sabe do que falo. Choca-me tanto que não se perceba o óbvio. Que a tacanhez, a imbecilidade e a burrice prevaleçam.

Nunca mais me esqueço das enormes discussões que tinha com o professor de Biologia sobre aquilo que ensinavam sobre os animais (Acção - reacção, animais irracionais, etc.), hoje completamente posto de parte pela ciência (Ainda assim ignorado na sociedade e no Direito.). 

Discussões terríveis, a terminarem com o professor a apontar que os outros professores estavam errados, que afinal eu não era nada inteligente. Valeram-me a única nota baixa na pauta mas, caramba, com muito orgulho. Que orgulho tive naquela nota. Uma nota alta naquela disciplina seria premiar a ignorância e a teimosia. 

Quantas vezes me perguntaram "Tu sabias bem as respostas, porque puseste as contrárias?" "Porque não são verdade. É tão óbvio que não é verdade que até dá raiva." 

É a minha forma de estar. Esta minha forma de estar já trouxe-me tantos dissabores mas existem verdades tão absolutas que não enxergá-las é criminoso. Décadas passadas e muitos estudos depois para comprovar aquilo que a sensibilidade sempre sabia. 

Como em tudo, o homem julga-se superior a todas as espécies. Cada vez mais a palavra humanidade perde o seu significado. Não porque afinal os animais raciocinam e têm sentimentos mas porque parece que somos nós que não o fazemos e somos desprovidos deles.

Infelizmente, com as alminhas que se sentam naquelas bancadas, tenho muitas dúvidas de que este projecto passará.

Na manhã seguinte a uma perda inestimável para o mundo, é duro ver que não evoluímos, que não assistimos ao desabrochar da humanidade. Neste e em tantos outros assuntos. Tantos. As guerras, o tráfico humano, a injustiça, as discriminações perante a raça, o estatuto social e o género. Sim, a discriminação para com a mulher está longe, muito longe de ser arrumada, se é que alguma vez o será.

Morrem muitos sonhos de criança, mata-se a criança e sem crianças não há esperança. A minha criança era uma sonhadora e crente de primeira. Tenho tantas saudades dela.

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